Hoje é feriado. Um feriado cinza, frio e de chuva para celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Nada contra Portugal nem as comunidades portuguesas, muito pelo contrário, mas, desses três, prefiro Camões com suas antíteses e paradoxos luxuosos.
Pouco se sabe sobre ele. Dizem que nasceu em Lisboa. Dizem que era boêmio. O certo é que foi precursor da literatura barroca e um gênio da língua. Isso é que é mito de verdade!
Querem ler?
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões (1595)
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões (1595)
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